Este blog se entristece com a notícia dessa última terça-feira(27/05/08): a morte do cineasta americano Sydney Pollack, vítima de um câncer. Aos 73 anos, filho de russos judeus, morreu em sua casa em Los Angeles, ao lado da família. A doença havia sido diagnosticada há nove meses e por causa dela abandonou a direção do filme para TV "Recount"* em agosto. Sua morte aconteceu um dia antes da estréia do filme.
* "Recount" ("Recontagem" - filme para TV produzido pela HBO sobre o famoso episódio da recontagem dos votos na Flórida durante a eleição presidencial americana de 2000.
Ok! Nós não somos um blog de cinema. Apesar desta que vos escreve ser uma apaixonada pela sétima arte, o GRITO! sempre remeterá àquilo que é de alguma maneira destaque no mundo das artes. Por isso não pretendo "escarafunchar" a biografia e a filmografia da história de Pollack (há muuuitos blogs e sites sobre cinema que o farão), mas sim, registrar nosso lamento - já que não gritamos apenas pelo que nos irrita, mas também pelo que nos encanta, fascina e merece nosso respeito.
Pollack, não era só diretor, era produtor, ator, roteirista, enfim, só falatava cantar e dançar! Uma perda lastimável. Lembrando: personalidades desse nível, polivalentes, são raras hoje. Ou melhor,a grande maioria são da "velha guarda", por assim dizer. Com certeza há pelo menos um filme muito bom (aqui adjetivado nesse termo para não dar margem a uma interpretação de crítica cinematográfica. Esta fica por sua conta e gosto!) que você não faz idéia de que teve um dedinho de Pollack no produto final.
Só para você se interessar mais por ele, aí vai uma dica de algumas de suas produções:
* "O Melhor Amigo da Noiva" (ator) - atualmente em cartaz e no qual interpreta o pai de Patrick Dempsey;
* "Conduta de Risco" (produtor e ator) - em 2008 deu à britânica Tilda Swinton o Oscar de melhor atriz coadjuvante;
* "A Intérprete" (diretor, produtor e ator) - 2005;
* "Cold Mountain" (produtor) - 2003;
* "O Americano Tranqüilo" (produtor) - 2002;
* "O Talentoso Ripley" (produtor) - 1999;
* "Sabrina" (diretor e produtor) - 1995, um fracasso;
* "A Firma" (diretor e produtor)- 1993;
* "Entre Dois Amores" (diretor) - com Meryl Streep e Robert Redford, recebeu sete Oscar, incluindo melhor filme e diretor;
* "Tootsie" (diretor, produtor e ator) - 1982, no qual Dustin Hoffman demonstrou todo seu talento no papel de uma mulher (diga-se de passagem, ele ficou igualzinho aquela sua tia chata,que parece um "traveco" que só aparece em dia de festa!) e que também rendeu a Pollack uma indicação ao Oscar.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
Vergonha nos cubra!
Como este Blog antecipou ontem, O PT da Serra, no seu encontro sobre definição de tática eleitoral, na manhã desse domingo (25), aprovou mesmo uma resolução segundo a qual o partido terá candidatura própria ao executivo serrano. Entretanto, de acordo com a resolução, aprovada por unanimidade, caso o partido componha a chapa pedetista, indicando o vice, esta possibilidade deixa de existir. Há 12 anos o PT da Serra não disputa a prefeitura da cidade. Ou seja, vive à sobra dos interesses e necessidades do PDT, ou melhor, de Sérgio Vidigal. Vergonha nos cubra!
sábado, 24 de maio de 2008
Escorregando na gramática!
No post dedicado ao senador jefferson Péres cometi algumas, digamos, impropriedades gramaticais. Mesmo não sendo discípulo da "camisa de força" que a gramática normativa impõe, corrigi.
Sem grito, PT da Serra define tática eleitoral para 2008
Na manhã deste domingo (25), no Centro Comunitário do Bairro Manuel Plaza, o Partido dos Trabalhadores do município da Serra faz encontro no qual define sua tática eleitoral para o ano de 2008 no município. O encontro será marcado por duas posições políticas antagônicas. De um lado, os que definem uma aliança com o PDT na disputa majoritária; de outro, os que defendem que o partido tenha candatura própria ao executivo do município.
Apesar disso, há possibilidade de as correntes internas chegarem a um consenso e, com isso, adiarem a decisão por meio de uma resolução que contemple os interesses de todas as correntes. Veremos!
Apesar disso, há possibilidade de as correntes internas chegarem a um consenso e, com isso, adiarem a decisão por meio de uma resolução que contemple os interesses de todas as correntes. Veremos!
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Hoje, excepcionalmente, não gritamos!
A morte do senador Jeferson Péres tem múltiplos sentidos para vida política brasileira. Mas um é especialmente grave.
Expoente da caminhada democrática, Péres teve coragem de romper com o tucanato quando a agenda nacional foi trocada pelo conchavo da reeleição. No PDT, foi voz ímpar no Senado Federal até chegar ao seu partido o senador Cristóvam Buarque. Sua atuação é uma prova irrefutável de que vale apena acreditar na política. Mas, para ninguém achar que só falo dos mortos, posso afirmar que Péres continuará no senado. Cristóvam Buarque é, na atuação parlamentar, seu sinônimo.
Portanto, hoje, não grito. Silecio-me, em respeito a Jefférson Péres, que foi um paladino da moralidade...
Expoente da caminhada democrática, Péres teve coragem de romper com o tucanato quando a agenda nacional foi trocada pelo conchavo da reeleição. No PDT, foi voz ímpar no Senado Federal até chegar ao seu partido o senador Cristóvam Buarque. Sua atuação é uma prova irrefutável de que vale apena acreditar na política. Mas, para ninguém achar que só falo dos mortos, posso afirmar que Péres continuará no senado. Cristóvam Buarque é, na atuação parlamentar, seu sinônimo.
Portanto, hoje, não grito. Silecio-me, em respeito a Jefférson Péres, que foi um paladino da moralidade...
quinta-feira, 22 de maio de 2008
MARINA, MORENA, MARINA...
"Bem eu sou uma pessoa movida por muita fé e determinação. Não me programei pra ser política. Envolvi-me coma a política pelo lado comunitário. Tive uma experiência de dois anos e oito meses num convento, como postulante. Quase que eu vinha pro Rio de Janeiro pra ser noviça, mas já tinha descoberto outras coisas, tinha conhecido o Chico Mendes, a teologia da libertação, comecei a questionar minha opção fechada, um compromisso com deus mas sem a dimensão social(...)"
Marina Silva, Revista Bundas, 21 a 27 de março de 2000.
A Saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, na última semana, representa o deslocamento do último resquício da memória de Chico Mendes, que teimava em assombrar o governo do Partido dos Trabalhadores. Chico foi, de novo, assassinado.
No enredo, o mais lamentável foi o silêncio com que Marina deixou o ministério. Isso me obriga a recorrer aos versos do querido Dorival Caymmi
(...)
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
De mal com você
De mal com você
Marina Silva, Revista Bundas, 21 a 27 de março de 2000.
A Saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, na última semana, representa o deslocamento do último resquício da memória de Chico Mendes, que teimava em assombrar o governo do Partido dos Trabalhadores. Chico foi, de novo, assassinado.
No enredo, o mais lamentável foi o silêncio com que Marina deixou o ministério. Isso me obriga a recorrer aos versos do querido Dorival Caymmi
(...)
Desculpe, Marina, morena
Mas eu tô de mal
De mal com você
De mal com você
quarta-feira, 14 de maio de 2008
120 anos de muitos gritos e poucas oportunidades!
Ontem, 13 de maio, completaram-se 120 anos do advento da tal Lei áurea. Aquela que libertou nossos negros das chicotadas da escravidão e os condenou aos tiroteios dos morros brasileiros.
A propósito disso. Estava este escrevinhador pensando num brasileiro insuspeito no debate sobre flexibilidade de oportunidades para a população afro-brasileira, apelidadas indevidamente de “cotas raciais”. É. Trata-se do professor Hélio Santos, da Universidade de São Paulo (USP). Sempre que ele vem a este santo estado não perco a oportunidade de beber na fonte daquele vasto conhecimento.
Dizia ele. O Brasil é conhecido mundialmente, sobretudo, pelo talento dos nossos artistas da bola (futebol) e pela beleza da nossa música. Curiosamente, dizia o professor, é nessas áreas que temos a maior presença negra. E ele continuava. Não adianta algum cara pálida dizer que jogar futebol é fácil, porque não é, não. É preciso ter senso de antecipação, habilidade, raciocínio lógico, enfim, muita inteligência.
O professor concluiu dizendo que o mesmo garoto magricela que dá dribles desconcertantes pelos campos de futebol mundo afora pode, se tiver oportunidade, ser um médico, advogado, químico, engenheiro. A diferença é que o filtro racial impede a igualdade de oportunidades.
Isso me fez lembrar uma frase curiosa de Fernando Sabino, que diz, “oportunidade é dá a todos o mesmo ponto de partida, quanto ao ponto de chegada, depende da capacidade de cada um”.
Lamentável, num 13 de maio, é saber que a maioria da população brasileira não tem conhecimento de que a população negra desta terra está partindo em condições históricas muito adversas rumo a tão poucas oportunidades. E mesmo gritando, como fazem todo treze de maio, muitos se recusam a ouvir!
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Atualização da cara do GRITO!
2° quinzena maio/2008:
IL QUARTO STATO
Óleo sobre tela, medindo 293 X 545 cms, a pintura representa a caminhada dos trabalhadores ao poder e encontra-se exposta na Cívica Galleria d’Arte Moderna, de Milão.
Giuseppe Pellizza (1868 – 1907) nasceu em Volpedo, pequeno centro de Alessandria, Itália. Concluiu Il Quarto Stato em 1901, utilizando a técnica divisionista. Há contradições quanto ao período de criação. Algumas fontes dizem que iniciou o trabalho em l898. Outras, afirmam que dedicou dez anos de sua vida ao quadro.
O Divisionismo, também denominado Pintura Óptica, Neo-Impressionismo ou Pontilhismo foi criado por Georges-Pierre Seacura (1859 – 1891), pintor francês, que acreditava que a arte deveria basear-se num sistema e conduziu o Impressionismo a uma fórmula rigorosa. Pode-se dizer que a teoria do Divisionismo foi a precursora da televisão e da imagem digital.
Mais...
O ser humano é determinado social e historicamente. Isso quer dizer que não se pode pensar o homem fora de seu contexto histórico e social. O homem está limitado a esse contexto pelos problemas, interesses, dificuldades, evolução tecnológica, ou seja, determinado pelas condições materiais de seu tempo e pelas condições sociais em que vive. O ser humano se desenvolve e evolui a partir das suas condições de vida, de trabalho, de produção material. E é a partir de suas necessidades materiais que as transformações sociais acontecem. Não é a consciência, nem os ideais ou as teorias que determinam essas transformações. (Baseado em Karl Marx (1818 -1883) e Friedrich Engels (1820-1895) e o Materialismo Histórico).
A propósito disso. Estava este escrevinhador pensando num brasileiro insuspeito no debate sobre flexibilidade de oportunidades para a população afro-brasileira, apelidadas indevidamente de “cotas raciais”. É. Trata-se do professor Hélio Santos, da Universidade de São Paulo (USP). Sempre que ele vem a este santo estado não perco a oportunidade de beber na fonte daquele vasto conhecimento.
Dizia ele. O Brasil é conhecido mundialmente, sobretudo, pelo talento dos nossos artistas da bola (futebol) e pela beleza da nossa música. Curiosamente, dizia o professor, é nessas áreas que temos a maior presença negra. E ele continuava. Não adianta algum cara pálida dizer que jogar futebol é fácil, porque não é, não. É preciso ter senso de antecipação, habilidade, raciocínio lógico, enfim, muita inteligência.
O professor concluiu dizendo que o mesmo garoto magricela que dá dribles desconcertantes pelos campos de futebol mundo afora pode, se tiver oportunidade, ser um médico, advogado, químico, engenheiro. A diferença é que o filtro racial impede a igualdade de oportunidades.
Isso me fez lembrar uma frase curiosa de Fernando Sabino, que diz, “oportunidade é dá a todos o mesmo ponto de partida, quanto ao ponto de chegada, depende da capacidade de cada um”.
Lamentável, num 13 de maio, é saber que a maioria da população brasileira não tem conhecimento de que a população negra desta terra está partindo em condições históricas muito adversas rumo a tão poucas oportunidades. E mesmo gritando, como fazem todo treze de maio, muitos se recusam a ouvir!
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Atualização da cara do GRITO!
2° quinzena maio/2008:
IL QUARTO STATO
Óleo sobre tela, medindo 293 X 545 cms, a pintura representa a caminhada dos trabalhadores ao poder e encontra-se exposta na Cívica Galleria d’Arte Moderna, de Milão.
Giuseppe Pellizza (1868 – 1907) nasceu em Volpedo, pequeno centro de Alessandria, Itália. Concluiu Il Quarto Stato em 1901, utilizando a técnica divisionista. Há contradições quanto ao período de criação. Algumas fontes dizem que iniciou o trabalho em l898. Outras, afirmam que dedicou dez anos de sua vida ao quadro.
O Divisionismo, também denominado Pintura Óptica, Neo-Impressionismo ou Pontilhismo foi criado por Georges-Pierre Seacura (1859 – 1891), pintor francês, que acreditava que a arte deveria basear-se num sistema e conduziu o Impressionismo a uma fórmula rigorosa. Pode-se dizer que a teoria do Divisionismo foi a precursora da televisão e da imagem digital.
Mais...
O ser humano é determinado social e historicamente. Isso quer dizer que não se pode pensar o homem fora de seu contexto histórico e social. O homem está limitado a esse contexto pelos problemas, interesses, dificuldades, evolução tecnológica, ou seja, determinado pelas condições materiais de seu tempo e pelas condições sociais em que vive. O ser humano se desenvolve e evolui a partir das suas condições de vida, de trabalho, de produção material. E é a partir de suas necessidades materiais que as transformações sociais acontecem. Não é a consciência, nem os ideais ou as teorias que determinam essas transformações. (Baseado em Karl Marx (1818 -1883) e Friedrich Engels (1820-1895) e o Materialismo Histórico).
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terça-feira, 13 de maio de 2008
A greve, o grito e minhas leituras!
Em dias de greve de rodoviários, quebra-se a rotina. Por força da paralisação, quem depende de ônibus dá asas à imaginação, enquanto torce por um (previsível) desenlace entre os patrões e os empregados.
Mas será que a greve só traz problemas? Este escrevinhador acha que não. Há aspectos positivos na greve. Não me refiro aqui apenas à possibilidade de os rodoviários terem alguma melhoria nas suas condições de trabalho e salário. Não.
A greve nos obriga a ficar em casa e, de alguma forma, a “aproveitar o tempo”. Esses dois dias me obrigaram a concluir a leitura de mais um bom livro. Aliás, esses dois dias me fizeram melhorar minha média de leitura em relação a igual período do ano passado. Esses dois dias, sim, me obrigaram a pensar mais.
Concluo, também com atraso, a leitura de A MOSCA AZUL, REFLEXÃO SOBRE O PODER, DE FREI BETTO. Trata-se de uma aula de uma pessoa comprovadamente desapegada das possibilidades do poder. Com uma prosa quase lírica, Frei Betto discorre sobre a experiência de quem, no governo Lula, ocupou o cargo de assessor especial da Presidência da República. Ele era responsável pela mobilização social de um projeto do governo. Critica o Governo Lula e o PT, mas critica, sobretudo, a ausência, em tempos atuais, de um exercício tão necessário a um projeto de nação: o pensar! Ou seja, Frei Betto grita com a sutileza das palavras, que, aliás, usa muito bem. Grita com a habilidade de um faminto, mas faminto por civilização. Por isso, Fala, em certa parte do livro:
“Pensar dói. É tão mais confortável tudo estar previsto. Então, a verdade nos é servida à boca como sopa quente em noite de inverno. Basta ter fé, confiar. E se não alcançamos os fundamentos teóricos da verdade, há a hermenêutica da autoridade a socorrer a nossa ignorância. Sofrido é encontrar-se numa encruzilhada após ter perdido o mapa da viagem. Ver-se obrigado a escolher um caminho, uma via, um rumo. Optar. Renunciar a tantas possibilidades. E ousar abrir o caminho com o próprio caminhar (...)”.
Mas será que a greve só traz problemas? Este escrevinhador acha que não. Há aspectos positivos na greve. Não me refiro aqui apenas à possibilidade de os rodoviários terem alguma melhoria nas suas condições de trabalho e salário. Não.
A greve nos obriga a ficar em casa e, de alguma forma, a “aproveitar o tempo”. Esses dois dias me obrigaram a concluir a leitura de mais um bom livro. Aliás, esses dois dias me fizeram melhorar minha média de leitura em relação a igual período do ano passado. Esses dois dias, sim, me obrigaram a pensar mais.
Concluo, também com atraso, a leitura de A MOSCA AZUL, REFLEXÃO SOBRE O PODER, DE FREI BETTO. Trata-se de uma aula de uma pessoa comprovadamente desapegada das possibilidades do poder. Com uma prosa quase lírica, Frei Betto discorre sobre a experiência de quem, no governo Lula, ocupou o cargo de assessor especial da Presidência da República. Ele era responsável pela mobilização social de um projeto do governo. Critica o Governo Lula e o PT, mas critica, sobretudo, a ausência, em tempos atuais, de um exercício tão necessário a um projeto de nação: o pensar! Ou seja, Frei Betto grita com a sutileza das palavras, que, aliás, usa muito bem. Grita com a habilidade de um faminto, mas faminto por civilização. Por isso, Fala, em certa parte do livro:
“Pensar dói. É tão mais confortável tudo estar previsto. Então, a verdade nos é servida à boca como sopa quente em noite de inverno. Basta ter fé, confiar. E se não alcançamos os fundamentos teóricos da verdade, há a hermenêutica da autoridade a socorrer a nossa ignorância. Sofrido é encontrar-se numa encruzilhada após ter perdido o mapa da viagem. Ver-se obrigado a escolher um caminho, uma via, um rumo. Optar. Renunciar a tantas possibilidades. E ousar abrir o caminho com o próprio caminhar (...)”.
segunda-feira, 12 de maio de 2008
A greve dos rodoviários e o Desespero
E vou dizer mais!
Não é só "chato" ver as ruas vazias, os pontos de ônibus vazios, o comércio vazio, a tristeza (incomum) de uma segunda-feira vazia, como num conto de Stephen King. Tal como "Desespero".
Na ficção-terror, uma cidadezinha de mesmo nome, no meio do deserto de Nevada(EUA), é vazia e aterrorizante. A primeira vista, a impressão é de que todos fugiram e largaram seus pertences e afazeres de qualquer jeito. Mas a medida em que se adentra a "vila", o terror vai consumindo os mais corajosos e se revela cruelmente disfarçado. Até o momento em que se descobre que todos os moradores estão violentamente mortos! MEDO E DESESPERO. Mas, quem os matou?! - Isso, é claro, você só vai saber se ler o livro ou assistir ao filme(de péssimo gosto, por sinal. Entre o livro e o filme, sugiro o livro!).
Além de chato, é perturbador ver essa cena! Quem passava pelas ruas de Vitória hoje deve ter se sentido como um daqueles que foram obrigados(e eu não vou dizer o porquê!) a passar por Desespero. Porque pouquíssimas pessoas andavam nas ruas? Porque as escolas estavam vazias? Porque o comércio de rua estava fechado? Porque não havia motoristas de ônibus dirigindo ônibus nas ruas? Porquê?! "Quem os matou?".
O dia acabou pior do que quando começou. Não se descobriu nada! Não se resolveu nada! As ruas continuaram vazias e os estudantes e trabalhadores continuaram sumidos. Quando será o fim dessa situação? Por quanto tempo estaremos numa "cidade abandonada"? E os rodoviários? "Quem os matou?"
"Quando o sol se põe e um vento soturno começa a soprar, tudo pode acontecer. E é bem provável que logo se descubra o verdadeiro sentido da palavra desespero."
Stephen King
Se você não está afim de discutir sobre as "mazelas" da nossa vida, então MORRA! (ou se divirta) de medo com Stephen King. Sugestões:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Stephen_King"
http://www.terror24horas.com.br/criticas/critica_desespero.htm
http://www.cinepop.com.br/moviepop/stephenking.htm
http://www.bocadoinferno.com/romepeige/artigos/king.html
http://orgialiteraria.com/2007/02/it-stephen-king.html
A Greve dos Rodoviários e o Pseudo-jornalismo!
Pensei...
È chato não poder cumprir compromissos por causa da paralisação dos rodoviários... È chato não poder ir à universidade para, por exemplo, participar das boas discussões sobre textos de Piere Lévy, também por causa da paralisação dos rodoviários.
Ver tantos trabalhadores inventando e reinventando formas alternativas para chegar aos locais de trabalhos e garantir seus miseráveis salários é chato. Afinal, eles sabem que, mesmo nesses casos, compreensão de patrão é exceção; não regra.
Por causa da greve, ver nossas crianças mais um dia sem as aulas de que tanto precisam também é chato. Afinal, a educação é a porta de entrada para a civilização. E fora da civilização só há barbárie. Por isso, a greve parece realmente chata.
Mas nada é tão chato quanto, por causa da greve dos rodoviários, alguém ser obrigado a assistir a um telejornal local e ver uma diretora da ceturb condenar o movimento grevista e a mesma equipe de telejornal não apresentar a opinião dos rodoviários. Ou seja, a manipulação já não se faz no processo de edição. Poupa-se o esforço. Basta apenas não procurar o “outro lado”.
Pensei... Isso, sim, é verdadeiramente chato!
È chato não poder cumprir compromissos por causa da paralisação dos rodoviários... È chato não poder ir à universidade para, por exemplo, participar das boas discussões sobre textos de Piere Lévy, também por causa da paralisação dos rodoviários.
Ver tantos trabalhadores inventando e reinventando formas alternativas para chegar aos locais de trabalhos e garantir seus miseráveis salários é chato. Afinal, eles sabem que, mesmo nesses casos, compreensão de patrão é exceção; não regra.
Por causa da greve, ver nossas crianças mais um dia sem as aulas de que tanto precisam também é chato. Afinal, a educação é a porta de entrada para a civilização. E fora da civilização só há barbárie. Por isso, a greve parece realmente chata.
Mas nada é tão chato quanto, por causa da greve dos rodoviários, alguém ser obrigado a assistir a um telejornal local e ver uma diretora da ceturb condenar o movimento grevista e a mesma equipe de telejornal não apresentar a opinião dos rodoviários. Ou seja, a manipulação já não se faz no processo de edição. Poupa-se o esforço. Basta apenas não procurar o “outro lado”.
Pensei... Isso, sim, é verdadeiramente chato!
domingo, 11 de maio de 2008
Profilaxias lingüísticas!
Com atraso, li a entrvista de Marcos Bagno à revista Caros Amigos do último mês de março. É impossível não comentar. A entrevista é, digamos, profilática. Ele nos vacina contra as doenças que infestam o mundo da linguagem, lastima o surgimento dessa a chaga social chamada Pasqualismo e, de quebra, sugere que a tal Dad Squarisi se sente no trono da burrice, que, aliás, lhe cai muitíssimo bem - já suportei o dissabor de ler dois livros dessa cidadã. Isso me dá autoridade para concordar com Bagno!
Mas minha libertação começou quando li preconceito lingüístico, o que é, como se faz. de Bagno, claro. Nele há uma verdadeira aula, inclusive, sobre a dimensão ética, na qual se deve situar a linguagem com toda a sua riqueza de possibilidades. Também comprei, recentemente, do mesmo mestre, Dramática da língua portuguesa, que vou ler em breve.
No fundo, os adeptos da gramatiquice prestam uma grande contribuição à perpetuação dos preconceitos. E como diz José Arbex júnior (este, sim, inteligente!), “(...) até psicologicamente é muito mais fácil perpetuar um preconceito que desconstruí-lo”.
Qualquer pessoa com o mínimo de curiosidade sobre os diferentes “falares” brasileiros sabe que esses mestres do decoreba, em sua maioria, enriquecem-se à custa da ignorância de quem não conhece o patrimônio cultural que as variações do português brasileiro constituem. Nunca leram um poema de João Cabral de Melo Neto (e se leram não entenderam) chamado de o sertanejo falando:
“(...) Daí porque ele (o sertanejo) fala devagar
tem de pegar as palavras com cuidado,
confeitá-las na língua, rebuçá-las;
pois toma tempo todo esse trabalho”.
Na verdade, ignoram as dimensões continentais do Brasil, querendo impor ao conjunto da nação regras pré-cambrianas de uma língua que Guimarães Rosa nunca aceitou como camisa-de-força.Aliás, enquanto Guimarães Rosa promove a linguagem do sertão, revelando o falar sertanejo como um resíduo de erudição, o Pasqualismo e o Squarisismo tentam estigmatizar. É o fim. Eu diria, se não fosse o vanguardismo de mestre como Marcos Bagno. Agora, com todo mérito, ele também é um "caro amigo".
http://www.marcosbagno.com.br/
Maurício Batalha
Mas minha libertação começou quando li preconceito lingüístico, o que é, como se faz. de Bagno, claro. Nele há uma verdadeira aula, inclusive, sobre a dimensão ética, na qual se deve situar a linguagem com toda a sua riqueza de possibilidades. Também comprei, recentemente, do mesmo mestre, Dramática da língua portuguesa, que vou ler em breve.
No fundo, os adeptos da gramatiquice prestam uma grande contribuição à perpetuação dos preconceitos. E como diz José Arbex júnior (este, sim, inteligente!), “(...) até psicologicamente é muito mais fácil perpetuar um preconceito que desconstruí-lo”.
Qualquer pessoa com o mínimo de curiosidade sobre os diferentes “falares” brasileiros sabe que esses mestres do decoreba, em sua maioria, enriquecem-se à custa da ignorância de quem não conhece o patrimônio cultural que as variações do português brasileiro constituem. Nunca leram um poema de João Cabral de Melo Neto (e se leram não entenderam) chamado de o sertanejo falando:
“(...) Daí porque ele (o sertanejo) fala devagar
tem de pegar as palavras com cuidado,
confeitá-las na língua, rebuçá-las;
pois toma tempo todo esse trabalho”.
Na verdade, ignoram as dimensões continentais do Brasil, querendo impor ao conjunto da nação regras pré-cambrianas de uma língua que Guimarães Rosa nunca aceitou como camisa-de-força.Aliás, enquanto Guimarães Rosa promove a linguagem do sertão, revelando o falar sertanejo como um resíduo de erudição, o Pasqualismo e o Squarisismo tentam estigmatizar. É o fim. Eu diria, se não fosse o vanguardismo de mestre como Marcos Bagno. Agora, com todo mérito, ele também é um "caro amigo".
http://www.marcosbagno.com.br/
Maurício Batalha
A geografia de cada um
A geografia de cada um!
Uma mentira está no ar. Uma verdade também. Moradores do Bairro Feu Rosa, na Serra, foram às ruas na manhã dessa quinta-feira, e com muitos gritos, diga-se de passagem, interditaram o trânsito entre os terminais de Jacaraípe e Laranjeiras.
O protesto foi motivado pelo fato de um empreendimento (Boulevard Lagoa) está tentando impedir o acesso da comunidade à lagoa Jacuném, ao lado da qual fica o Bairro. Entretanto, o condomínio, Boulevard Lagoa, está sendo apresentado como um empreendimento que fica entre Laranjeiras e Manguinhos.
Não se sabe onde os responsáveis pela propaganda estudaram geografia, mas, com certeza, não foi no planeta Terra. Quem conhece bem a cidade da Serra sabe que se trata de uma mentira deslavada. Para a comunidade, isso é um insulto, uma forma de tentar esconder dos futuros moradores os vizinhos que os esperam, ou seja, uma comunidade de gente trabalhadora, gente que depende da lagoa, pelos inúmeros benefícios que ela garante.
Muita gente foi às ruas, inclusive este blogueiro, que há dezesseis anos tem a alegria de morar naquela comunidade. Outros protestos estão sendo articulados, até que os responsáveis pelo empreendimento façam uma audiência pública e debatam os possíveis impactos sócio-ambientais na vida da comunidade do entorno.
http://gazetaonline.globo.com/noticias/minutoaminuto/local/local_materia.php?cd_matia=434124&cd_site=0846
Mauricio Batalha
Uma mentira está no ar. Uma verdade também. Moradores do Bairro Feu Rosa, na Serra, foram às ruas na manhã dessa quinta-feira, e com muitos gritos, diga-se de passagem, interditaram o trânsito entre os terminais de Jacaraípe e Laranjeiras.
O protesto foi motivado pelo fato de um empreendimento (Boulevard Lagoa) está tentando impedir o acesso da comunidade à lagoa Jacuném, ao lado da qual fica o Bairro. Entretanto, o condomínio, Boulevard Lagoa, está sendo apresentado como um empreendimento que fica entre Laranjeiras e Manguinhos.
Não se sabe onde os responsáveis pela propaganda estudaram geografia, mas, com certeza, não foi no planeta Terra. Quem conhece bem a cidade da Serra sabe que se trata de uma mentira deslavada. Para a comunidade, isso é um insulto, uma forma de tentar esconder dos futuros moradores os vizinhos que os esperam, ou seja, uma comunidade de gente trabalhadora, gente que depende da lagoa, pelos inúmeros benefícios que ela garante.
Muita gente foi às ruas, inclusive este blogueiro, que há dezesseis anos tem a alegria de morar naquela comunidade. Outros protestos estão sendo articulados, até que os responsáveis pelo empreendimento façam uma audiência pública e debatam os possíveis impactos sócio-ambientais na vida da comunidade do entorno.
http://gazetaonline.globo.com/noticias/minutoaminuto/local/local_materia.php?cd_matia=434124&cd_site=0846
Mauricio Batalha
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Uns reclamam, outros gritam!
O Brasil, disse certa vez um conhecido escritor, é um país cuja população tem um esporte mais querido que o futebol. Calma leitor! Eu não estou ficando louco. Bom, pelo menos eu acho que não. Mas o fato é que o esporte preferido do brasileiro é falar mal do país. Reclamar de tudo e de nada parece ser uma necessidade que extrapola qualquer tentativa de auto-controle.
No país dos recamões, reclama-se de tudo. Da fila do banco, da demora do ônibus, do salário mínimo, do salário máximo, da pobreza, da riqueza, da política, da música baiana, da televisão, e do raio que o parta...
Há aqueles que acham normal reclamar, com exagero, até mesmo do calor, como se num país tropical o normal fosse o frio. E assim vamos vivendo com a reclamação nossa de cada dia.
Mas confesso que estou meio de saco cheio das reclamações. Sou um pouco adepto do filoneísmo. Gosto de novidades. Dizem alguns especialistas que se reclama muito assim, pelo fato de o Brasil ser um país jovem. Por isso, todos acham que têm a solução para todos os problemas. Da convocação ideal da seleção brasileira de futebol à melhor política econômica. Vivemos num país de gênios não-reconhecidos. São especialistas que se perdem no anonimato das multidões. Isso não acontece, por exemplo, na Inglaterra. País do velho continente, onde tudo parece estar pronto-e-acabado. Tão acabado que a juventude britãnica está se insurgindo contra o ideário de defesa da tradição erudita do país. A onda entre a juventude daquele Reino agora é pertencer a um movimento conhecido como "chavs", cujo principal símbolo de ostentação é a mais completa alienação.
Tanto é verdade que os principais ídolos daquela juventude atualmente são dois jovens. Ele, jogador de futebol de um certo time espanhol. Conhecido menos pela inteligência que pela beleza física. Ela, uma bela mulher. Ex-membro de um grupo supostamente musical, cuja extinção foi aplaudida por todos os mortais portadores de ouvidos minimamente exigentes.
Mas é claro que, se a juventude britânica está promovendo um espetáculo da alienação, nós não podemos reclamar disso. O grande diferencial é que é quase impossível um jogador de futebol ser unanimidade no Brasil. Somos pólo exportador de talentos. E quanto à beleza feminina da mulher brasileira... Aí é necessário escrever outra crônica e, com certeza, não será para reclamar, será para gritar: MARAVILHOSAS!
Maurício Batalha
No país dos recamões, reclama-se de tudo. Da fila do banco, da demora do ônibus, do salário mínimo, do salário máximo, da pobreza, da riqueza, da política, da música baiana, da televisão, e do raio que o parta...
Há aqueles que acham normal reclamar, com exagero, até mesmo do calor, como se num país tropical o normal fosse o frio. E assim vamos vivendo com a reclamação nossa de cada dia.
Mas confesso que estou meio de saco cheio das reclamações. Sou um pouco adepto do filoneísmo. Gosto de novidades. Dizem alguns especialistas que se reclama muito assim, pelo fato de o Brasil ser um país jovem. Por isso, todos acham que têm a solução para todos os problemas. Da convocação ideal da seleção brasileira de futebol à melhor política econômica. Vivemos num país de gênios não-reconhecidos. São especialistas que se perdem no anonimato das multidões. Isso não acontece, por exemplo, na Inglaterra. País do velho continente, onde tudo parece estar pronto-e-acabado. Tão acabado que a juventude britãnica está se insurgindo contra o ideário de defesa da tradição erudita do país. A onda entre a juventude daquele Reino agora é pertencer a um movimento conhecido como "chavs", cujo principal símbolo de ostentação é a mais completa alienação.
Tanto é verdade que os principais ídolos daquela juventude atualmente são dois jovens. Ele, jogador de futebol de um certo time espanhol. Conhecido menos pela inteligência que pela beleza física. Ela, uma bela mulher. Ex-membro de um grupo supostamente musical, cuja extinção foi aplaudida por todos os mortais portadores de ouvidos minimamente exigentes.
Mas é claro que, se a juventude britânica está promovendo um espetáculo da alienação, nós não podemos reclamar disso. O grande diferencial é que é quase impossível um jogador de futebol ser unanimidade no Brasil. Somos pólo exportador de talentos. E quanto à beleza feminina da mulher brasileira... Aí é necessário escrever outra crônica e, com certeza, não será para reclamar, será para gritar: MARAVILHOSAS!
Maurício Batalha
sábado, 3 de maio de 2008
A cara do GRITO!
Regularmente, o GRITO! será caracterizado por uma figura que identifique sua essência. Acompanhando a imagem seguirá sempre uma síntese sobre o significado da mesma, ou seu contexto histórico, ou uma crítica, ou apenas um comentário pertinente.
1° Quinzena de maio
Para dar boas vindas ao blog, inauguramos com a belíssima obra de arte de Edward Munch: O grito.
Em 26 de agosto de 1883, um terremoto de proporções apocalípticas atingiu a Indonésia. Foi a maior Tsumani do século 19. Foram tantas lavas e ondas gigantes que até em Nova York, os efeitos do sismo foram sentidos. O New York Times registrou que o horizonte tingiu-se de escarlate, manchando o céu e as núvens, e uma estranha fuligem cobriu a cidade, deixando as pessoas temerosas.
Munch passeava com dois amigos na zona portuária de Oslo quando os reflexos da tsumani alcançaram os céus da Noruega. Crepúsculo como aquele nunca vira. "De repente, ficou rubro - anotou o artista em seu diário - e uma profunda melancolia e tensão se apossou de mim. Curvei-me sobre a mureta para apreciar as nuvens cor de sangue, a língua de fogo que passava sobre os FJORDS(labirinto de água, montanhas e vales). Meus amigos foram embora e eu fiquei só, trêmulo e ansioso, como se tivesse ouvido um grito cortante e interminável atravessando a natureza."
O pintor nunca esqueceu aquela tarde, prometendo a si mesmo que no momento oportuno reproduziria aquele instante em uma tela. Ele o fez 10 anos depois.
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Hoje alguma coisa o incomodou de tal maneira que o deixasse irritado pelo menos uns 30 minutos? Você ficou ali divagando a cerca de causas, consequências, soluções, ou apenas "remoeu" e, enfim, digeriu (ou não) aquilo? Provavelmente sim! E é por isso que o Grito! passa existir a partir de hoje.
O Grito! compartilha o que nos irrita. Um blog "eclético", que discute assuntos comuns, atuais, diversos e, principalmente, diários, a partir de uma abordagem crítica, ou jornalística, ou até mesmo no melhor estilo "bota a boca no trombone". Contudo, não se ingane! O Grito! não é um diário dos desesperados ou uma válvula de escape daqueles insatisfeitos com o mundo. É simplesmente um espaço de expressão e reflexão, é claro, sobre os fatos absurdos que nos acometem no dia-a-dia.
Cedo ou tarde você encontrará aqui algo que desperte uma vontade revoltante de gritar. Quando isso acontecer, não tenha medo, reaja, GRITE!
1° Quinzena de maio
Para dar boas vindas ao blog, inauguramos com a belíssima obra de arte de Edward Munch: O grito.
Em 26 de agosto de 1883, um terremoto de proporções apocalípticas atingiu a Indonésia. Foi a maior Tsumani do século 19. Foram tantas lavas e ondas gigantes que até em Nova York, os efeitos do sismo foram sentidos. O New York Times registrou que o horizonte tingiu-se de escarlate, manchando o céu e as núvens, e uma estranha fuligem cobriu a cidade, deixando as pessoas temerosas.
Munch passeava com dois amigos na zona portuária de Oslo quando os reflexos da tsumani alcançaram os céus da Noruega. Crepúsculo como aquele nunca vira. "De repente, ficou rubro - anotou o artista em seu diário - e uma profunda melancolia e tensão se apossou de mim. Curvei-me sobre a mureta para apreciar as nuvens cor de sangue, a língua de fogo que passava sobre os FJORDS(labirinto de água, montanhas e vales). Meus amigos foram embora e eu fiquei só, trêmulo e ansioso, como se tivesse ouvido um grito cortante e interminável atravessando a natureza."
O pintor nunca esqueceu aquela tarde, prometendo a si mesmo que no momento oportuno reproduziria aquele instante em uma tela. Ele o fez 10 anos depois.
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Hoje alguma coisa o incomodou de tal maneira que o deixasse irritado pelo menos uns 30 minutos? Você ficou ali divagando a cerca de causas, consequências, soluções, ou apenas "remoeu" e, enfim, digeriu (ou não) aquilo? Provavelmente sim! E é por isso que o Grito! passa existir a partir de hoje.
O Grito! compartilha o que nos irrita. Um blog "eclético", que discute assuntos comuns, atuais, diversos e, principalmente, diários, a partir de uma abordagem crítica, ou jornalística, ou até mesmo no melhor estilo "bota a boca no trombone". Contudo, não se ingane! O Grito! não é um diário dos desesperados ou uma válvula de escape daqueles insatisfeitos com o mundo. É simplesmente um espaço de expressão e reflexão, é claro, sobre os fatos absurdos que nos acometem no dia-a-dia.
Cedo ou tarde você encontrará aqui algo que desperte uma vontade revoltante de gritar. Quando isso acontecer, não tenha medo, reaja, GRITE!
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