quarta-feira, 14 de maio de 2008

120 anos de muitos gritos e poucas oportunidades!

Ontem, 13 de maio, completaram-se 120 anos do advento da tal Lei áurea. Aquela que libertou nossos negros das chicotadas da escravidão e os condenou aos tiroteios dos morros brasileiros.

A propósito disso. Estava este escrevinhador pensando num brasileiro insuspeito no debate sobre flexibilidade de oportunidades para a população afro-brasileira, apelidadas indevidamente de “cotas raciais”. É. Trata-se do professor Hélio Santos, da Universidade de São Paulo (USP). Sempre que ele vem a este santo estado não perco a oportunidade de beber na fonte daquele vasto conhecimento.

Dizia ele. O Brasil é conhecido mundialmente, sobretudo, pelo talento dos nossos artistas da bola (futebol) e pela beleza da nossa música. Curiosamente, dizia o professor, é nessas áreas que temos a maior presença negra. E ele continuava. Não adianta algum cara pálida dizer que jogar futebol é fácil, porque não é, não. É preciso ter senso de antecipação, habilidade, raciocínio lógico, enfim, muita inteligência.

O professor concluiu dizendo que o mesmo garoto magricela que dá dribles desconcertantes pelos campos de futebol mundo afora pode, se tiver oportunidade, ser um médico, advogado, químico, engenheiro. A diferença é que o filtro racial impede a igualdade de oportunidades.

Isso me fez lembrar uma frase curiosa de Fernando Sabino, que diz, “oportunidade é dá a todos o mesmo ponto de partida, quanto ao ponto de chegada, depende da capacidade de cada um”.

Lamentável, num 13 de maio, é saber que a maioria da população brasileira não tem conhecimento de que a população negra desta terra está partindo em condições históricas muito adversas rumo a tão poucas oportunidades. E mesmo gritando, como fazem todo treze de maio, muitos se recusam a ouvir!

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Atualização da cara do GRITO!

2° quinzena maio/2008:

IL QUARTO STATO

Óleo sobre tela, medindo 293 X 545 cms, a pintura representa a caminhada dos trabalhadores ao poder e encontra-se exposta na Cívica Galleria d’Arte Moderna, de Milão.

Giuseppe Pellizza (1868 – 1907) nasceu em Volpedo, pequeno centro de Alessandria, Itália. Concluiu Il Quarto Stato em 1901, utilizando a técnica divisionista. Há contradições quanto ao período de criação. Algumas fontes dizem que iniciou o trabalho em l898. Outras, afirmam que dedicou dez anos de sua vida ao quadro.

O Divisionismo, também denominado Pintura Óptica, Neo-Impressionismo ou Pontilhismo foi criado por Georges-Pierre Seacura (1859 – 1891), pintor francês, que acreditava que a arte deveria basear-se num sistema e conduziu o Impressionismo a uma fórmula rigorosa. Pode-se dizer que a teoria do Divisionismo foi a precursora da televisão e da imagem digital.

Mais...

O ser humano é determinado social e historicamente. Isso quer dizer que não se pode pensar o homem fora de seu contexto histórico e social. O homem está limitado a esse contexto pelos problemas, interesses, dificuldades, evolução tecnológica, ou seja, determinado pelas condições materiais de seu tempo e pelas condições sociais em que vive. O ser humano se desenvolve e evolui a partir das suas condições de vida, de trabalho, de produção material. E é a partir de suas necessidades materiais que as transformações sociais acontecem. Não é a consciência, nem os ideais ou as teorias que determinam essas transformações. (Baseado em Karl Marx (1818 -1883) e Friedrich Engels (1820-1895) e o Materialismo Histórico).

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