O Brasil, disse certa vez um conhecido escritor, é um país cuja população tem um esporte mais querido que o futebol. Calma leitor! Eu não estou ficando louco. Bom, pelo menos eu acho que não. Mas o fato é que o esporte preferido do brasileiro é falar mal do país. Reclamar de tudo e de nada parece ser uma necessidade que extrapola qualquer tentativa de auto-controle.
No país dos recamões, reclama-se de tudo. Da fila do banco, da demora do ônibus, do salário mínimo, do salário máximo, da pobreza, da riqueza, da política, da música baiana, da televisão, e do raio que o parta...
Há aqueles que acham normal reclamar, com exagero, até mesmo do calor, como se num país tropical o normal fosse o frio. E assim vamos vivendo com a reclamação nossa de cada dia.
Mas confesso que estou meio de saco cheio das reclamações. Sou um pouco adepto do filoneísmo. Gosto de novidades. Dizem alguns especialistas que se reclama muito assim, pelo fato de o Brasil ser um país jovem. Por isso, todos acham que têm a solução para todos os problemas. Da convocação ideal da seleção brasileira de futebol à melhor política econômica. Vivemos num país de gênios não-reconhecidos. São especialistas que se perdem no anonimato das multidões. Isso não acontece, por exemplo, na Inglaterra. País do velho continente, onde tudo parece estar pronto-e-acabado. Tão acabado que a juventude britãnica está se insurgindo contra o ideário de defesa da tradição erudita do país. A onda entre a juventude daquele Reino agora é pertencer a um movimento conhecido como "chavs", cujo principal símbolo de ostentação é a mais completa alienação.
Tanto é verdade que os principais ídolos daquela juventude atualmente são dois jovens. Ele, jogador de futebol de um certo time espanhol. Conhecido menos pela inteligência que pela beleza física. Ela, uma bela mulher. Ex-membro de um grupo supostamente musical, cuja extinção foi aplaudida por todos os mortais portadores de ouvidos minimamente exigentes.
Mas é claro que, se a juventude britânica está promovendo um espetáculo da alienação, nós não podemos reclamar disso. O grande diferencial é que é quase impossível um jogador de futebol ser unanimidade no Brasil. Somos pólo exportador de talentos. E quanto à beleza feminina da mulher brasileira... Aí é necessário escrever outra crônica e, com certeza, não será para reclamar, será para gritar: MARAVILHOSAS!
Maurício Batalha
segunda-feira, 5 de maio de 2008
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